Saturday, November 10, 2007

A TV Brasil

A TV PÚBLICA NO BRASIL DE LULA



No dia 2 de Dezembro de 2007, a TV pública brasileira, a chamada TV Brasil, criada pelo Governo Lula, inaugura, no Brasil, as suas transmissões, dirigidas por Tereza Cruvinel, jornalista há mai de vinte anos.
A oposição tem criticado duramente a TV Brasil no que considera vir a ser um instrumento de promoção de Lula e suas realizações.
Na verdade, à excepção dos fora estaduais, o Brasil não tem a experiência da TV pública, como sucede na Europa, onde os canais públicos não funcionam como veículos de propaganda governamental de manipulação da informação. Talvez pelo êxito da TV comercial no Brasil, a TV pública surja, agora, como uma novidade, criticada, segundo Cruvinel, por falta de informação e contextualização. O problema é que o debate, novo no Brasil, apenas agora está a ser feito, em virtude do sistema político brasileiro sempre o ter ostracizado.
A motivação de Lula para criar agora uma TV pública no Brasil prende-se com o desejo, manifestado por diversas organizações e entidades envolvidas no assunto, reunidas num grande fórum organizado pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil (que entretanto afirmou, recentemente, que deixará a política em 2008 para voltar a cantar), do qual saiu, em Maio de 2007, uma carta enviada a Lula que, então, encarregou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, de dar seguimento ao projecto de implantação de uma rede de TV pública. Vinculada à Secretaria, a TV pública seria, então, criada em Outubro por medida provisória, vindo a ser oficializada por decreto presidencial, com a fusão da Radiobrás e das TVEs do Rio de Janeiro e do Maranhão, nascendo com 2 400 funcionários.
A fiscalização da independência política da nova emissora pública ficará a cargo de um Conselho Curador de vinte personalidades, sendo quatro representantes de ministérios, uma dos funcionários e as restantes quinze da sociedade civil, indicadas pelo presidente Lula. Para ocupar estes quinze lugares foram já convidados Cláudio Lembo (DEM), ex-governador de São Paulo; Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda; Oliveira Sobrinho (o Boni) ex-das Organizações Globo; a empresária Ângela Gutierrez e o rapper MV Bill, pretendendo-se, com a inclusão de personalidades e não de organizações (como a Fiesp ou a CUT), garantir maior pluralidade ao Conselho.
Marcando a chegada da TV com tecnologia digital, da maior resolução, a TV Brasil pretende a adesão do maior número possível de emissoras públicas (dos governos estaduais, comunitárias, universitárias) e uma programação que fuja da tradicional grelha que garante a audiência dos canais privados – telenovela, futebol e telejornal.
O objectivo é, pois, o de rechear a programação da TV Brasil com telejornalismo, documentários, minisséries (para promover a dramaturgia) e, em lugar do futebol, modalidades olímpicas, com um orçamento já estabelecido de 350 milhões de Reais para 2008 (o equivalente ao da TV Bandeirantes). Na esperança de que, com um canal de TV dedicado à cultura e à informação, a educação popular aumente, para compensar a falta de um sistema de ensino forte, coerente e devidamente reformado.

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